Psicologia é uma ciência que compreende a
mente humana pela análise do comportamento das pessoas. A partir disso,
possibilita mudanças aos interessados em viver melhor, com mais alegria,
energia, saúde e conquista de seus objetivos.
Numa fila do caixa de um supermercado, um
casal espera sua vez para ser atendido. Enquanto isso, a mulher coloca no
carrinho uma barrinha de cereais que estava próxima. O marido pergunta:
⸺
Maria, quanto custa essa barrinha?
⸺ Custa R$ 5,00.
⸺ Não vou pagar este valor, pode tirar do
carrinho!
Ela
retira bruscamente o produto fulminando de ódio o marido, pelo olhar, e diz:
⸺ Você acabou com o nosso
final de semana!
A partir deste fato,
reina o silêncio entre os dois.
Depois que o casal foi
embora, a pessoa atrás deles na fila, comentou com a amiga:
⸺ Que absurdo! Eu achei,
até o último momento, que ele compraria a barrinha de cereais para ela, que
machismo horrível, opressor! Eu quase comprei para ela, imagina, por R$ 5,00.
Esse recorte de uma situação cotidiana
mostra muito bem o comportamento da maioria das pessoas, muito mais emocional:
ódio, raiva, indignação, que racional. Logo, com pouco ou nenhum poder de
transformação.
O que aconteceria se a cliente se
dispusesse a pagar pela barrinha de cereais para a mulher? Pode ser que ela aceitasse
ou não. O fato é que esta situação demonstra a dinâmica de relacionamento entre
o casal. Mesmo que o desejo da mulher fosse satisfeito, logo mais, eles
passariam no açougue, por exemplo, e o mesmo fato poderia ocorrer.
Provavelmente vivam assim há muito anos.
O objetivo do artigo não é o julgamento ou
posicionamento de senso comum. É o entendimento inteligente e consciente da
situação que possibilita mudanças efetivas na vida das pessoas DISPOSTAS a ter mais
qualidade de vida e saúde mental.
Primeiro, achar CULPADOS é sempre mais
fácil no momento, mas não resolve o problema. Esse é um mecanismo defensivo
muito comum. A pessoa culpa o país, o governo, os pais, o chefe pelos problemas
e enquanto isso ela mesma NÃO MUDA em nada, não foca em novas estratégias e
habilidades para resolver suas insatisfações. Tem sempre os mesmos
comportamentos, mas deseja resultados diferentes. Esta postura é contraditória.
Segundo, essa dinâmica do casal não é
saudável, eles funcionam como pai e filha dependente, emburrada quando
frustrada. Essa mulher pode sair desta
posição psicológica de dependência, a qualquer momento, basta querer e empregar
os esforços necessários para mudar, inclusive conquistar sua independência
financeira.
A mente em tensão, neste caso pelo ódio
mobilizado pela frustração, vai encontrar meios para resolver esse desprazer.
Qual o desfecho mais provável?
Ela chegará em casa, irá reclamar do
ocorrido no supermercado para os filhos, empregados ou quem estiver por perto,
reforçando sua postura de vítima impotente, e expandindo a atmosfera de ódio de
todos contra o marido.
Depois de um tempo, o sentimento de ódio
vai diminuir porque o marido também agrada em outros aspectos, até que outra
situação semelhante ao ocorrido no supermercado aconteça e ela reaja da mesma
maneira. Alguns sintomas físicos, como problemas de estômago, podem vir com o
tempo, a relação no casamento se desgasta continuamente numa repetição estéril
e entediante do ponto de vista do desenvolvimento pessoal.
Qual seria a atitude mais inteligente, para
a mulher que sofre, visto que a regida pelos automatismos não gera mudanças?
Chamar para ela a responsabilidade por esta situação de vida que a desagrada. Ela não pode mudar o marido, aliás, não está com ele por acaso. Pode mudar a si mesma, e isso está ao seu alcance. Este é o primeiro ponto que rompe a inércia.
Ao sair da postura de vítima dos acontecimentos, seus pensamentos serão mobilizados para encontrar soluções de como sair desta posição infantil e mudar para uma postura de mais autonomia, inclusive conquistando sua liberdade financeira. Muitas possibilidades, até então não pensadas, irão surgir e certamente encontrará os meios para ELA mudar sua vida. O mais importante aconteceu, mudou a posição de vítima para protagonista de sua existência.
Psicóloga