Neste artigo você vai identificar bloqueios em sua comunicação, tomar consciência de certos padrões de sentimentos e pensamentos expressos na sua fala para mudá-los e aumentar sua performance na comunicação, interna e externa. Frases como:
1) “Você não quer vir aqui em casa hoje?”, denota insegurança. A negação já está contida na frase, induz facilmente a recusa do outro.
2) “Vou tentar resolver o exercício de matemática”. Tentar também fala de uma insegurança, pouca energia será mobilizada para resolver integralmente o problema.
3) “Fui à casa da sua mãe hoje à tarde e isso me quebrou as pernas, não vai dar tempo de entregar meu projeto de trabalho para amanhã”. Aqui o problema consiste numa comunicação violenta e agressiva, indica o modo como a pessoa se trata, muito propenso a somatizar doenças e provocar acidentes, de modo inconsciente.
Tudo o que a pessoa fala, faz, tom de voz, o modo como se veste, as escolhas que faz manifesta a própria personalidade. São expressões de um mesmo núcleo. A fala é um comportamento, logo, revela sobre o jeito de ser, pensar e sentir de cada um.
A boa notícia é que ao observar a própria comunicação, principalmente interna, ou seja, o que você fala para você, verbalizado ou não, lhe permite produzir mudanças e melhorar seus resultados.
Como os pais se comunicam com os filhos no momento em que eles pedem alguma coisa e eles não querem comprar? “Não vou comprar filho porque não tenho dinheiro”. Normalmente, não é por falta de dinheiro que os pais não compram. Na verdade, eles não querem comprar porque não acham necessário.
A dificuldade de assumir uma posição mais clara causa dois problemas.
O primeiro instala no filho, por condicionamento, uma mentalidade de escassez financeira. Ouve a frase “não tem dinheiro” muitas vezes durante a vida.
Segundo, demonstra a insegurança dos pais em assumir uma posição firme, explícita: “não vou comprar isso hoje; ou, não agora; ou, você já tem isso em casa”. Culpar a falta de dinheiro revela medo. Em outras palavras, não compro porque não tenho dinheiro, se eu tivesse eu compraria. Esse comportamento revela a insegurança dos pais diante dos filhos.
Psicologicamente, um pensamento gera um sentimento, que mobiliza um comportamento. Ao pensar muito em pizza, por exemplo, gera um sentimento, um desejo, que leva ao comportamento de comprar e comer a pizza.
Logo, o conteúdo da fala tem, sim, consequências. Quem sempre usa a palavra tentar, por exemplo, mobiliza pouca disposição e energia para realizar algo porque nem ela mesma acredita que conseguirá.
Outro dia, estava num curso presencial de capacitação, na minha frente estavam sentadas duas moças que se queixavam da dificuldade em enxergar o conteúdo dos slides. Até aí, tudo bem. A questão foi o modo como expressavam o problema. Falavam o tempo todo que estavam “ficando cegas”. Uma manifestação catastrófica, originada de pensamentos afins. Apenas naquele momento? Não. Certamente, é um padrão de comunicação que se expressa o tempo todo, mostrando como se sentem e pensam sobre elas predominantemente.
A auto-observação é TREINO, e um excelente recurso para corrigir bloqueios e conflitos para aumentar os recursos mentais e emocionais. Aqui foi apenas um recorte. Vou deixar alguns exercícios na sequência para vocês treinarem. Comentem aqui as observações de vocês e de outras pessoas sobre a comunicação que afeta negativamente os seus resultados nos relacionamentos.
Adriana Alves de Lima
Psicóloga
